Como todo texto sério deve começar, ainda que brevíssimo como este, vou definir o polêmico termo "ética", da forma como será usado aqui; assim dirimimos qualquer confusão. Ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos. Assim, "ético" como adjetivo pode ser tudo aquilo que é certo; e "certo" é o que tem o menor impacto negativo possível.
Análises sobre ética não podem ser feitas sobre os animais, visto que eles não têm opção de como agir e tampouco têm a capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações. Então, se um leão mata uma presa simplesmente para se divertir, não podemos julgar.
Ter a "capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações", neste caso, é ter a habilidade de enxergar através dos ollhos do outro e entender sua angústia. Isso é um exercício mental, que os animais, por mais inteligentes que sejam, não conseguem fazer.
O ser humano, no entanto, consegue. Em condições ideais e favoráveis, ele pode ser altamente reflexivo e consciente de suas ações sobre si, sobre o mundo e sobre os demais. Assim, se está nas condições certas, o ser humano é passível de ter suas ações julgadas.
Ou seja, o ser humano se diferencia dos demais animais. Diferente deles, ele pode ponderar e analisar criticamente; diferente deles, portanto, ele pode ser julgado.
Dito isso, a grande questão inicial que se coloca para nós é a seguinte. Os animais, se não podem ser julgados, podem ser considerados no julgamento de um ser humano? Isto é, as ações de um ser humano com relaçao a um animal podem ser julgadas, como julgamos com relação a outro ser humano?
Grande parte das qualidades de um ser humano que nos fazem considerá-lo como "outro" e como "indivíduo" os animais também têm. A capacidade de sentir dor, de sonhar, de se estressar, de sofrer, de se alegrar, de sentir prazer -- tudo isso os animais têm, entre outras capacidades.
Portanto, a resposta para a indagação proposta é inequivocamente sim. As ações de um ser humano em relação a um animal podem ser julgadas. Se não pudessem ser julgadas e quiséssemos manter a coerência, não poderíamos julgar as ações de um ser humano em relação a um indivíduo com deficiência mental, ou até em relação a crianças na primeira infância, cujo intelecto é comparável ao de alguns animais.
Então, devemos melhorar a afirmação dita inicialmente: ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, ou em relação a um animal ou grupo de animais.
Com a questão inicial respondida, podemos arriscar outras perguntas. A mais relvante delas me parece ser esta: é ético o consumo de carne animal? Em outras palavras, é certo um ser humano matar um animal para se alimentar?
A análise das ações éticas, como temos estabelecido, deve ser feita à luz do impacto negativo que podem trazer consigo em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, a outro animal ou grupo de animais. No entanto, é preciso considerar a dinâmica de uma ação, para colocar em perspectiva o que siginifica agir.
Em condições ideais, o ser humano analisa o que será preciso para que sua ação seja concretizada. É nesse momento que ele pode entender se se trata de uma ação ética ou não, se deve ser realizada ou não. Grosso modo, se a ação sabidamente significar um prejuízo a outro e não for fundamental para a própria sobrevivência do ator, não é uma ação ética.
Com isso e apenas isso, podemos definir se o consumo de carne é ético. A resposta não poderia ser outra senão esta: depende de diversos fatores. O fator fundamental é o conceito de sobrevivência, que acabamos de introduzir.
Nós, seres humanos, em grande parte saímos da cadeia alimentar, isto é, conseguimos atingir a confortável posição de não mais precisar lutar pela vida e tampouco lutar com a vida. Mas ainda não é incomum que um ser humano esteja em uma situação em que matar um animal para se alimentar é fundamental para a sua própria vida. Nessa situação, a ética deve ser desconsiderada, assim como é desconsiderada para os animais; lutar pela sobrevivência é voltar ao estado animal.
Outro fator importante para se considerar a ética no ato de consumir carne animal é o conhecimento que o ator tem sobre os animais. Em outra generalização, podemos dizer que a maior parte das pessoas simplesmente é ignorante em relação às capacidades animais mencionadas anteriormente; a cultura em que estão inseridas torna praticamente absurda a mera consideração de que um animal pode sofrer.
Em suma, se o ser humano não está em "condições ideais" a ética deve ser desconsiderada (tanto para o consumo de carne quanto para qualquer outra ação). Mas se está em condições ideais, se reconhece o sofrimento dos animais e não possui motivos de sobrevivência, o consumo de carne é absolutamente antiético.
Análises sobre ética não podem ser feitas sobre os animais, visto que eles não têm opção de como agir e tampouco têm a capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações. Então, se um leão mata uma presa simplesmente para se divertir, não podemos julgar.
Ter a "capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações", neste caso, é ter a habilidade de enxergar através dos ollhos do outro e entender sua angústia. Isso é um exercício mental, que os animais, por mais inteligentes que sejam, não conseguem fazer.
O ser humano, no entanto, consegue. Em condições ideais e favoráveis, ele pode ser altamente reflexivo e consciente de suas ações sobre si, sobre o mundo e sobre os demais. Assim, se está nas condições certas, o ser humano é passível de ter suas ações julgadas.
Ou seja, o ser humano se diferencia dos demais animais. Diferente deles, ele pode ponderar e analisar criticamente; diferente deles, portanto, ele pode ser julgado.
Dito isso, a grande questão inicial que se coloca para nós é a seguinte. Os animais, se não podem ser julgados, podem ser considerados no julgamento de um ser humano? Isto é, as ações de um ser humano com relaçao a um animal podem ser julgadas, como julgamos com relação a outro ser humano?
Grande parte das qualidades de um ser humano que nos fazem considerá-lo como "outro" e como "indivíduo" os animais também têm. A capacidade de sentir dor, de sonhar, de se estressar, de sofrer, de se alegrar, de sentir prazer -- tudo isso os animais têm, entre outras capacidades.
Portanto, a resposta para a indagação proposta é inequivocamente sim. As ações de um ser humano em relação a um animal podem ser julgadas. Se não pudessem ser julgadas e quiséssemos manter a coerência, não poderíamos julgar as ações de um ser humano em relação a um indivíduo com deficiência mental, ou até em relação a crianças na primeira infância, cujo intelecto é comparável ao de alguns animais.
Então, devemos melhorar a afirmação dita inicialmente: ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, ou em relação a um animal ou grupo de animais.
Com a questão inicial respondida, podemos arriscar outras perguntas. A mais relvante delas me parece ser esta: é ético o consumo de carne animal? Em outras palavras, é certo um ser humano matar um animal para se alimentar?
A análise das ações éticas, como temos estabelecido, deve ser feita à luz do impacto negativo que podem trazer consigo em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, a outro animal ou grupo de animais. No entanto, é preciso considerar a dinâmica de uma ação, para colocar em perspectiva o que siginifica agir.
Em condições ideais, o ser humano analisa o que será preciso para que sua ação seja concretizada. É nesse momento que ele pode entender se se trata de uma ação ética ou não, se deve ser realizada ou não. Grosso modo, se a ação sabidamente significar um prejuízo a outro e não for fundamental para a própria sobrevivência do ator, não é uma ação ética.
Com isso e apenas isso, podemos definir se o consumo de carne é ético. A resposta não poderia ser outra senão esta: depende de diversos fatores. O fator fundamental é o conceito de sobrevivência, que acabamos de introduzir.
Nós, seres humanos, em grande parte saímos da cadeia alimentar, isto é, conseguimos atingir a confortável posição de não mais precisar lutar pela vida e tampouco lutar com a vida. Mas ainda não é incomum que um ser humano esteja em uma situação em que matar um animal para se alimentar é fundamental para a sua própria vida. Nessa situação, a ética deve ser desconsiderada, assim como é desconsiderada para os animais; lutar pela sobrevivência é voltar ao estado animal.
Outro fator importante para se considerar a ética no ato de consumir carne animal é o conhecimento que o ator tem sobre os animais. Em outra generalização, podemos dizer que a maior parte das pessoas simplesmente é ignorante em relação às capacidades animais mencionadas anteriormente; a cultura em que estão inseridas torna praticamente absurda a mera consideração de que um animal pode sofrer.
Em suma, se o ser humano não está em "condições ideais" a ética deve ser desconsiderada (tanto para o consumo de carne quanto para qualquer outra ação). Mas se está em condições ideais, se reconhece o sofrimento dos animais e não possui motivos de sobrevivência, o consumo de carne é absolutamente antiético.
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