Pular para o conteúdo principal

My predictions for this decade: embracing another roaring 20s

What a wonderful time to be alive. We live in a rapidly transforming society, like in no other time. Each moment can be the last one of the way we are used to seeing the world, to interacting with it and to making a sense of it; everything can be changed overnight. Of course, that generates a new kind of anxiety, one that yesterday people wouldn’t have to struggle with; it is as if we couldn’t count on a firm ground anymore. For people who like a more calm life, this whole unpredictability certainly can feel overwhelming. A globalized world, in which any event, in any part, is instantaneously known and matters; a world in which groups of people are dedicating their lives to come up with new ways to live, creating hardware, inventing services, developing software. For the most part of human civilization, there was none of that -- then, came the capitalism. Who would foresee that the most meaningful thing of the last decade would be all the power given to the individual by smartphones

Ética e consumo de carne

Como todo texto sério deve começar, ainda que brevíssimo como este, vou definir o polêmico termo "ética", da forma como será usado aqui; assim dirimimos qualquer confusão. Ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos. Assim, "ético" como adjetivo pode ser tudo aquilo que é certo; e "certo" é o que tem o menor impacto negativo possível.

Análises sobre ética não podem ser feitas sobre os animais, visto que eles não têm opção de como agir e tampouco têm a capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações. Então, se um leão mata uma presa simplesmente para se divertir, não podemos julgar.

Ter a "capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações", neste caso, é ter a habilidade de enxergar através dos ollhos do outro e entender sua angústia. Isso é um exercício mental, que os animais, por mais inteligentes que sejam, não conseguem fazer.

O ser humano, no entanto, consegue. Em condições ideais e favoráveis, ele pode ser altamente reflexivo e consciente de suas ações sobre si, sobre o mundo e sobre os demais. Assim, se está nas condições certas, o ser humano é passível de ter suas ações julgadas.

Ou seja, o ser humano se diferencia dos demais animais. Diferente deles, ele pode ponderar e analisar criticamente; diferente deles, portanto, ele pode ser julgado.

Dito isso, a grande questão inicial que se coloca para nós é a seguinte. Os animais, se não podem ser julgados, podem ser considerados no julgamento de um ser humano? Isto é, as ações de um ser humano com relaçao a um animal podem ser julgadas, como julgamos com relação a outro ser humano?

Grande parte das qualidades de um ser humano que nos fazem considerá-lo como "outro" e como "indivíduo" os animais também têm. A capacidade de sentir dor, de sonhar, de se estressar, de sofrer, de se alegrar, de sentir prazer -- tudo isso os animais têm, entre outras capacidades.

Portanto, a resposta para a indagação proposta é inequivocamente sim. As ações de um ser humano em relação a um animal podem ser julgadas. Se não pudessem ser julgadas e quiséssemos manter a coerência, não poderíamos julgar as ações de um ser humano em relação a um indivíduo com deficiência mental, ou até em relação a crianças na primeira infância, cujo intelecto é comparável ao de alguns animais.

Então, devemos melhorar a afirmação dita inicialmente: ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, ou em relação a um animal ou grupo de animais.

Com a questão inicial respondida, podemos arriscar outras perguntas. A mais relvante delas me parece ser esta: é ético o consumo de carne animal? Em outras palavras, é certo um ser humano matar um animal para se alimentar?

A análise das ações éticas, como temos estabelecido, deve ser feita à luz do impacto negativo que podem trazer consigo em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos, a outro animal ou grupo de animais. No entanto, é preciso considerar a dinâmica de uma ação, para colocar em perspectiva o que siginifica agir.

Em condições ideais, o ser humano analisa o que será preciso para que sua ação seja concretizada. É nesse momento que ele pode entender se se trata de uma ação ética ou não, se deve ser realizada ou não. Grosso modo, se a ação sabidamente significar um prejuízo a outro e não for fundamental para a própria sobrevivência do ator, não é uma ação ética.

Com isso e apenas isso, podemos definir se o consumo de carne é ético. A resposta não poderia ser outra senão esta: depende de diversos fatores. O fator fundamental é o conceito de sobrevivência, que acabamos de introduzir.

Nós, seres humanos, em grande parte saímos da cadeia alimentar, isto é, conseguimos atingir a confortável posição de não mais precisar lutar pela vida e tampouco lutar com a vida. Mas ainda não é incomum que um ser humano esteja em uma situação em que matar um animal para se alimentar é fundamental para a sua própria vida. Nessa situação, a ética deve ser desconsiderada, assim como é desconsiderada para os animais; lutar pela sobrevivência é voltar ao estado animal.

Outro fator importante para se considerar a ética no ato de consumir carne animal é o conhecimento que o ator tem sobre os animais. Em outra generalização, podemos dizer que a maior parte das pessoas simplesmente é ignorante em relação às capacidades animais mencionadas anteriormente; a cultura em que estão inseridas torna praticamente absurda a mera consideração de que um animal pode sofrer.

Em suma, se o ser humano não está em "condições ideais" a ética deve ser desconsiderada (tanto para o consumo de carne quanto para qualquer outra ação). Mas se está em condições ideais, se reconhece o sofrimento dos animais e não possui motivos de sobrevivência, o consumo de carne é absolutamente antiético.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aforensaio 8

O Sol nasceu  –  e com ele novos conhecimentos, uma nova sabedoria; mas cuidado com o estudo  – e studo é cativeiro  –; q uando fores solto, a natureza pode ser demasiadamente selvagem e tu, pobre animal amestrado, não conseguir caçar.

A inesperada solução para a exploração trabalhista

Em face do estado de calamidade econômica pelo qual o Brasil passa, com 13 milhões de desempregados -- e tantos outros milhões que não entram nas estatísticas, por terem desistido de procurar --, é oportuno discutir a natureza do trabalho neste país. Precisamente, o que mais me importa aqui (como sugere o título) é o estado de vulnerabilidade em que se encontra o trabalhador que finalmente consegue o emprego que almeja. Para começarmos de fato, espero que, a esta altura, estejamos todos de acordo sobre isto: o ser humano age, na maioria das vezes, por incentivos, e melhorar sua própria condição de vida é sua grande busca -- em outras palavras, na maior parte das vezes suas ações visam a ganhar vantagem, a melhorar sua qualidade de vida (comparando com a condição logo anterior à ação tomada). No âmbito da vida na sociedade moderna e todos os benefícios que ela pode oferecer, a ação mais comum das pessoas é a livre associação que fazem entre si com o objetivo de gerar riqueza e par