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Mostrando postagens de maio, 2017

My predictions for this decade: embracing another roaring 20s

What a wonderful time to be alive. We live in a rapidly transforming society, like in no other time. Each moment can be the last one of the way we are used to seeing the world, to interacting with it and to making a sense of it; everything can be changed overnight. Of course, that generates a new kind of anxiety, one that yesterday people wouldn’t have to struggle with; it is as if we couldn’t count on a firm ground anymore. For people who like a more calm life, this whole unpredictability certainly can feel overwhelming. A globalized world, in which any event, in any part, is instantaneously known and matters; a world in which groups of people are dedicating their lives to come up with new ways to live, creating hardware, inventing services, developing software. For the most part of human civilization, there was none of that -- then, came the capitalism. Who would foresee that the most meaningful thing of the last decade would be all the power given to the individual by smartphones

Aforensaio 9

Os homens refletem sobre o livre-arbítrio e chegam à conclusão de que ele não existe – mas não é livre no homem ao menos essa parte que reflete? “É a maior das prisões!”

Aforensaio 8

O Sol nasceu  –  e com ele novos conhecimentos, uma nova sabedoria; mas cuidado com o estudo  – e studo é cativeiro  –; q uando fores solto, a natureza pode ser demasiadamente selvagem e tu, pobre animal amestrado, não conseguir caçar.

O que é a justiça?

A humanidade tem seguido sua história de aperfeiçoamento, que nos últimos anos se provou ser exponencial. A cultura é por onde se dá esse processo, armazenando as informações dos erros e dos acertos ao longo do tempo, como uma grande mente coletiva. Viver mais e melhor é o objetivo, respeitando as liberdades individuais. O estudo, a análise e o pensamento crítico, cada vez mais disseminados em nossa sociedade, são as ferramentas básicas que usamos para conseguir o que temos hoje. No entanto, algumas importantes áreas da vida humana tiveram poucos avanços. O sistema judiciário – que aqui frequentemente chamarei apenas por justiça – é uma dessas áreas. Dito isso, este breve ensaio pretende ser uma pequena contribuição para a justiça. O sistema judiciário é uma forma organizada e sofisticada de vingança, por meio da aplicação de punição. Inevitavelmente, falar em justiça é falar em punição. Através da história, os avanços da justiça se concentraram apenas na forma como a punição é ex

Aforensaio 7

O que é o Brasil? Eis uma pergunta que gostamos de fazer por muito tempo, mas agora nos mostramos a nós mesmos aflitos, sem a resposta. Essa aflição nos leva a perguntar, desesperadamente, a qualquer estrangeiro que aporte por aqui: "O que é este país? que espécie de país é este?", e estapeamos-lhes a face, reperguntando. Temos a esperança de que eles saibam como quem sabe de uma pintura ao se distanciar e ver o quadro todo; mas não olham esta obra, e mal sabiam de sua existência. Quando percebi que este estranhamento ante este país me tornava também um estrangeiro, refiz-me a pergunta, afastando-me do mapa (pendurado à parede como obra de arte), depois de aflito já tê-lo girado 180 graus; o que vi não foi senão um punhado de estados escolhidos à sorte, comprimidos à força entre si – como me mostravam trêmulas e duvidosas as linhas fronteiriças – numa tentativa desesperada de união, que nunca existiu.

Aforensaio 6

A mitologia da Grécia antiga é a que mais impressiona, por ser reflexo de sua política, isto é, mutável, contínua. Ou será o contrário? Nesse caso, sua política um reflexo de sua mitologia – isto é, falsa. Então colocamos em dúvida toda a filosofia grega, porque baseada na política, dos animais políticos – as palavras usadas pelos filósofos gregos foram tiradas do vocabulário político, e isso já seria suficiente para a má-influência. Sim, nós colocamos verdadeiramente em dúvida – nós homens apolíticos.

Aforensaio 5

Os deuses, como disse sabiamente um filósofo antigo, são feitos à imagem e semelhança dos homens. Eu acrescentaria que os deuses são feitos também à necessidade dos homens. Por exemplo, os deuses indianos geralmente têm quatro braços, quatro mãos – para o trabalho.

Aforensaio 4

Estamos com sono, mas não conseguimos dormir; tentamos todos os novos métodos, mas é tanto o sono! Teremos que voltar aos primórdios e contar cordeiros – um a um sendo sacrificado em nome de Dionísio... Mas há algo nessa contagem que atormenta ainda mais nosso descanso: “Chegará o dia em que os cordeiros sacrificarão os lobos!, e farão vestes com suas peles.” Então o sono, porque conseguimos conviver com essa imagem, é acalante – podemos aceitar os cordeiros em pele de lobo. Ao acordar, percebemos que – são os pastores quem segue as ovelhas.

Aforensaio 3

Corremos o risco de pegar a mosca e, com as mãos fechadas, não conferi­-la por medo da fuga – e anunciar a todos sua captura: "Estava em minhas mãos", convencemo­-nos-­lhes. Apenas um santo, as mãos perfuradas, não arriscaria.

Aforensaio 2

"Eu  gostava  disso  –  agora  não  mais  gosto!  sou,  portanto  (assim  concluí  em  meu  coração),  um novo,  melhor,  mais  bem-­aventurado  homem;  eu  mudei",  assim  diz  o  tolo.  Seu  gosto  mudou, disso não há dúvida, está mais velho e maduro, e pode-­se dizer que melhor – mas mudou ele? teria sua personalidade fundamental mudado apenas pelo seu gosto? Pois não! como – peço que respondais sem pestanejar – pode um homem mudar? “Mas mudou também minha face!", pois sim! está mais velha, eu sinto muito. O tolo degusta outros sabores, mas seu paladar continua o mesmo – e talvez continue sendo assim enquanto não mudar seu gosto por si.

Aforensaio 1

Somos os primeiros a conseguir representar o presente como futuro ou passado; nosso próprio corpo parece­-nos muito velho ou muito novo, de acordo com o tempo em que nos colocamos. Quando muito velho, não podemos conter o riso, achamos graça. Verdadeiramente já não conseguimos levar algo a sério, nada mais importa, tudo é uma sátira de uma sátira, um erro baseado em outro erro – um fractal de erros. Todo esse riso em voz alta, essa gargalhada ressoante, pode entristecer: já não é mais cômico, é ridículo. O que uma vez foi motivo de riso, agora é motivo de choro. Tudo o que se coloca de forma cômica destrói; todo riso é niilista. Quando percebemos – há algo de seriedade então, mais uma vez, algo pode ser, novamente, levado a sério! – a Comédia.

O fim do romantismo

Se a história humana pudesse ser separada em apenas dois momentos, para mim não há dúvida de que seriam a era romântica e a era não romântica. A era romântica constituiu a maior parte da história até agora, ainda podemos vê-la por quase toda parte; de fato, em escala histórica nós acabamos de adentrar a era não romântica. Por isso, é de se esperar que nossos modos insistam em querer ser românticos, é uma questão de hábito. Mas, cada vez mais, mesmo os mais tardios dos homens perderão seu romantismo; serão, pouco a pouco, homens de seu próprio tempo -- homens modernos, o tempo da tecnologia. O modo de viver, o modo de pensar e o modo de agir são inteiramente novos. Em poucas palavras, estamos deixando de ser ingênuos (pois isso é ser romântico). Olhamos para o passado com um belo sorriso malicioso; olhamos para nossos pais e rimos. Somos frutos de uma estranha e assustadora época... Mas, de novo, ainda insistimos com o romantismo; algo em nós gostaria de ter participado de toda aquela