O que é o Brasil? Eis uma pergunta que gostamos de fazer por muito tempo, mas agora nos mostramos a nós mesmos aflitos, sem a resposta. Essa aflição nos leva a perguntar, desesperadamente, a qualquer estrangeiro que aporte por aqui: "O que é este país? que espécie de país é este?", e estapeamos-lhes a face, reperguntando. Temos a esperança de que eles saibam como quem sabe de uma pintura ao se distanciar e ver o quadro todo; mas não olham esta obra, e mal sabiam de sua existência. Quando percebi que este estranhamento ante este país me tornava também um estrangeiro, refiz-me a pergunta, afastando-me do mapa (pendurado à parede como obra de arte), depois de aflito já tê-lo girado 180 graus; o que vi não foi senão um punhado de estados escolhidos à sorte, comprimidos à força entre si – como me mostravam trêmulas e duvidosas as linhas fronteiriças – numa tentativa desesperada de união, que nunca existiu.
Como todo texto sério deve começar, ainda que brevíssimo como este, vou definir o polêmico termo "ética", da forma como será usado aqui; assim dirimimos qualquer confusão. Ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos. Assim, "ético" como adjetivo pode ser tudo aquilo que é certo; e "certo" é o que tem o menor impacto negativo possível. Análises sobre ética não podem ser feitas sobre os animais, visto que eles não têm opção de como agir e tampouco têm a capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações. Então, se um leão mata uma presa simplesmente para se divertir, não podemos julgar. Ter a "capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações", neste caso, é ter a habilidade de enxergar através dos ollhos do outro e entender sua angústia. Isso é um exercício mental, que os animais, por mais inteligentes que sejam, n
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