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My predictions for this decade: embracing another roaring 20s

What a wonderful time to be alive. We live in a rapidly transforming society, like in no other time. Each moment can be the last one of the way we are used to seeing the world, to interacting with it and to making a sense of it; everything can be changed overnight. Of course, that generates a new kind of anxiety, one that yesterday people wouldn’t have to struggle with; it is as if we couldn’t count on a firm ground anymore. For people who like a more calm life, this whole unpredictability certainly can feel overwhelming. A globalized world, in which any event, in any part, is instantaneously known and matters; a world in which groups of people are dedicating their lives to come up with new ways to live, creating hardware, inventing services, developing software. For the most part of human civilization, there was none of that -- then, came the capitalism. Who would foresee that the most meaningful thing of the last decade would be all the power given to the individual by smartphones

O fim do romantismo

Se a história humana pudesse ser separada em apenas dois momentos, para mim não há dúvida de que seriam a era romântica e a era não romântica. A era romântica constituiu a maior parte da história até agora, ainda podemos vê-la por quase toda parte; de fato, em escala histórica nós acabamos de adentrar a era não romântica. Por isso, é de se esperar que nossos modos insistam em querer ser românticos, é uma questão de hábito. Mas, cada vez mais, mesmo os mais tardios dos homens perderão seu romantismo; serão, pouco a pouco, homens de seu próprio tempo -- homens modernos, o tempo da tecnologia. O modo de viver, o modo de pensar e o modo de agir são inteiramente novos. Em poucas palavras, estamos deixando de ser ingênuos (pois isso é ser romântico). Olhamos para o passado com um belo sorriso malicioso; olhamos para nossos pais e rimos. Somos frutos de uma estranha e assustadora época... Mas, de novo, ainda insistimos com o romantismo; algo em nós gostaria de ter participado de toda aquela comédia. Essa vontade, não raro, possui-nos de formas desproporcionais -- eu sou prova viva disso.

Há alguns anos, coloquei-me a escrever como um escritor de décadas atrás, um escritor romântico. Fui completamente tomado pela escrita durante esse período, que constituiu a produção de meu primeiro livro, a qual chamo "Prólogo". Ainda me recupero da experiência, fisiologicamente falando. Ser tomado pela força do espírito ingênuo do romantismo, como eu fui, teve seu preço... Tentar ser um escritor como o de outrora, imergir nas letras e ver o mundo através das palavras, como se não houvesse nada moderno, tem seu alto preço...

Hoje, alguns anos mais tarde, já totalmente limpo, vejo com mais clareza não só meu próprio estado, mas o estado humano geral. Cada pedaço de tecnologia que nos trouxe até aqui está nos transformando em outros. Não é mais possível viver como eu tentei viver, de forma romântica; não há mais espaço para isso, é preciso aceitar. É preciso aceitar, não olhar para trás com saudosismo ou inveja, mas olhar para frente, adiante, olhar para as muitas novas questões de nosso tempo e do futuro próximo. Aceitando, começaremos a perceber a beleza de viver neste tempo. De fato, nós vivemos na melhor época da humanidade: sua última época.

É dito que o mundo mudará mais nos próximos vinte anos do que já mudou em toda a história até aqui. Ironicamente, a primeira tecnologia transformadora do mundo foi a escrita (constatação que faz compreender o apego a ela como forma de arte). O que uma vez começou lá, com rabiscos no barro há milhares de anos, levou-nos até este grande momento -- o momento em que o animal que tentou ser humano através de uma civilização e frenquentemente falhou se tornará deus. Sejamos, pois, homens deste tempo maravilhoso, homens modernos, o tempo da tecnologia.

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