"Eu gostava disso – agora não mais gosto! sou, portanto (assim concluí em meu coração), um novo, melhor, mais bem-aventurado homem; eu mudei", assim diz o tolo. Seu gosto mudou, disso não há dúvida, está mais velho e maduro, e pode-se dizer que melhor – mas mudou ele? teria sua personalidade fundamental mudado apenas pelo seu gosto? Pois não! como – peço que respondais sem pestanejar – pode um homem mudar? “Mas mudou também minha face!", pois sim! está mais velha, eu sinto muito. O tolo degusta outros sabores, mas seu paladar continua o mesmo – e talvez continue sendo assim enquanto não mudar seu gosto por si.
Como todo texto sério deve começar, ainda que brevíssimo como este, vou definir o polêmico termo "ética", da forma como será usado aqui; assim dirimimos qualquer confusão. Ética é a análise, rigorosa ou não, das ações certas e erradas de um indivíduo ou grupo de indivíduos em relação a outro indivíduo ou grupo de indivíduos. Assim, "ético" como adjetivo pode ser tudo aquilo que é certo; e "certo" é o que tem o menor impacto negativo possível. Análises sobre ética não podem ser feitas sobre os animais, visto que eles não têm opção de como agir e tampouco têm a capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações. Então, se um leão mata uma presa simplesmente para se divertir, não podemos julgar. Ter a "capacidade intelectual para analisar o impacto de suas ações", neste caso, é ter a habilidade de enxergar através dos ollhos do outro e entender sua angústia. Isso é um exercício mental, que os animais, por mais inteligentes que sejam, n
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